Mundos Paralelos - Capítulo 8-8.10
8-8.10
30 de novembro de 2013.
30 de novembro de 2013.
A nave; número de série D1H; rodou fora do hangar sobre 16 rodas de dois metros que a mantêm a três metros do solo. Tem 66 metros de comprimento e 38 de envergadura.

A fuselagem de 10,40 metros de diâmetro. Antes era um container e foi montada em tempo recorde. As máquinas a rebocam até a cabeceira da pista. Logo as mangueiras enchem os tanques, enquanto caminhões carregam nas adegas três mil toneladas de ferro puro em barras.
Aldo e seus irmãos abordam a nave para fazer seu vôo inaugural. Mara foi a primeira a subir. Após fechar a eclusa tomaram banho de raios germicidas, subiram ao compartimento de trajes e daí ao andar do controle de energia, onde Aldo abriu os 27 acumuladores dos 27 motores e quatro acumuladores da antigravitação.
No andar seguinte uma porta comunicava com a sala de torpedos.
Outra escada e chegaram à ponte, ocupando as poltronas; piloto e co-piloto à frente; navegador e engenheiro aos lados; capitão no meio e um pouco atrás dos outros.
Marcos inspecionou os instrumentos e Elvis fez o mesmo no painel de controles. Mara e Aldo inspecionaram as dependências interiores, entrando no corredor pela porta da parede de popa. A primeira porta a estibordo era a cabine do capitão, com dois beliches, banheiro, guarda-roupas, biblioteca e escritório com terminal.
Em frente a sala de circuitos, computador e comunicações. A segunda porta de estibordo, o banheiro e sauna da tripulação. Enfrente, cozinha e padaria. As terceiras portas, dormitórios da tripulação com 24 beliches duplos, guarda-roupas e banheiro.
Mais seis portas de cada lado: enfermaria, laboratório, arsenal, oficina e dois camarotes extras com banheiro. A porta ao final do corredor comunicava com as adegas superior e inferior com capacidade para mil toneladas.

O corredor atravessa a adega superior e o tanque superior de combustível de 785.000 litros para chegar à engenharia e sala de torpedos de popa. Embaixo, após a adega inferior, o tanque inferior com capacidade para 392.000 litros. Embaixo dele estão os compartimentos das rodas posteriores com a sala inferior de máquinas no meio e os 24 poderosos motores VAL-1000 em versão melhorada.
Embaixo dos alojamentos, entre a sala de controle e as adegas, a despensa de 400 toneladas de alimentos e água, rodeando o compartimento das rodas dianteiras, com o depósito auxiliar de água, oxigênio, o circuito fechado de água, ar e detritos.
Na proa, embaixo da ponte, os quatro freios, os quatro tubos de torpedos e a retro-carga dos canhões.
Terminada a inspeção, Aldo e Mara retornaram à ponte e ocuparam seus lugares, Aldo na cadeira do piloto e Mara na cadeira do navegador. Pelo pára-brisa polarizado penetra a luz do sol já bem alto. A engenharia estava configurada para controle remoto, pelo que Marcos estava na cadeira do engenheiro e Elvis na do copiloto.
A quinta cadeira, a do capitão, estava vazia.
–Abrir passagem de combustível – disse Aldo.
–Combustível aberto – respondeu Marcos.
–Ativar reator e ligar geradores.
–Ativado e geradores ligados.
–Carregar acumuladores.
–Acumuladores em carga. 27.000 unidades.
–Mais pressão. Ativar sistema.
–Sistema em carga – disse Elvis, introduzindo o disco de boot.
Diferente das astronaves do século passado; a Hércules e as naves da classe Antílope não necessitavam ser ativadas de fora. Eram auto-suficientes para reviver mecanicamente e eletronicamente por si mesmas. A nave estava nascendo, valha a expressão. Seu computador estava sendo ativado e o processo não pararia enquanto houvesse urânio no reator que funcionava por primeira vez. Embora o combustível terminasse e não pudesse voar, o reator continuaria funcionando para processar combustível quando o tivesse. Elvis disse:
–35.000 unidades. Reator e geradores a pleno. Acumuladores carregando do um ao 27. Acumuladores do antigravitator em carga do um ao quatro.
–Desligar baterias do sistema elétrico.
–Baterias desligadas – disse Mara.
A energia pareceu diminuir, mas logo voltou a aumentar a pleno com a energia nova sendo gerada. As baterias apenas iniciavam o processo.
–Todos os sistemas funcionando – disse Marcos.
–Ótimo – disse Aldo e girou a chave de contato.
Acenderam-se as 27 luzes vermelhas dos motores e as quatro dos freios.
–Podemos prosseguir – disse Marcos.
–Certo – disse Aldo apertando o botão de partida.
As luzes ficaram amarelas, a nave se estremeceu. Os motores vomitaram fogo azul e as luzes passaram para verde.
–Pressão 40.000 unidades – disse Marcos.
–Liberar rodas.
–Freio mecânico solto – disse Elvis – Ligando antigravitator.
O peso da nave diminuiu até quase zero, ao mesmo tempo em que rodava mais rápido à frente. As rodas mal tocavam o solo quando Aldo puxou o manche e a nave levantou o nariz. Aldo acelerou e a nave saiu disparada, elevando-se.
–Altura 500 metros – disse Elvis.
–Recolher as rodas. Velocidade Dois.
A base parecia apenas um detalhe do solo embaixo da Hércules, mostrando sua beleza equatorial. Numa bela manobra a nave tomou rumo sul, deixando uma esteira de fumaça no límpido céu.
–Geradores a pleno, sem sobrecarga. Reator ao mínimo.
–Antimatéria?
–Quatro antiprótons.
–Deve bastar. Reserva de energia?
–Cem mil unidades.
–Não é suficiente para entrar em órbita. Mais pressão, Marcos!
–Certo. Acumuladores em carga. Altura quinze mil. Velocidade dez Mach.
–Energia, Marcos.
–Duzentas mil unidades.
–Agora sim. Velocidade Três.
A aceleração se fez sentir, apertando-os contra as poltronas anatômicas.
–Vinte e cinco Mach – disse Elvis.
–Certo, lá vamos! – disse Aldo, ligando as chaves de vôo espacial.
A aceleração esmagou os corpos nas poltronas apesar do antigravitator. Ainda não possuíam a técnica da compensação inercial; mas em dez segundos as terríveis sensações desapareceram, chegando ao mundo da gravidade zero, onde estavam no seu elemento mais uma vez.
–Estamos em órbita – suspirou Mara – pressão normal. Podemos tirar os capacetes, não há goteiras.
–Tudo em ordem – disse Elvis – Tudo funciona perfeitamente.
–Conseguimos, irmãos – disse Aldo – Esta máquina é uma maravilha, colocou em órbita um 150% do seu peso em ferro. Agora vamos fazer um pouco de História.
–Como? – perguntou Mara.
–O primeiro vôo da Hércules; primeira nave em descer no recém concluído astroporto de Darnián; primeiro contato amistoso com uma comunidade da superfície e a primeira troca comercial. Vamos vender nosso ferro puro em Darnián.
–Não tinha mencionado nada, irmão.
–Não tinha certeza de fazer negócio, Mara. Eles construíram o primeiro astroporto da era moderna em Marte. E a Era Moderna somos nós, os ETs deles.
E dito isto, Aldo segurou os comandos e acelerou para fazer sua primeira volta de teste no espaço, antes de descer no astroporto novíssimo de Darnián.

A fuselagem de 10,40 metros de diâmetro. Antes era um container e foi montada em tempo recorde. As máquinas a rebocam até a cabeceira da pista. Logo as mangueiras enchem os tanques, enquanto caminhões carregam nas adegas três mil toneladas de ferro puro em barras.
Aldo e seus irmãos abordam a nave para fazer seu vôo inaugural. Mara foi a primeira a subir. Após fechar a eclusa tomaram banho de raios germicidas, subiram ao compartimento de trajes e daí ao andar do controle de energia, onde Aldo abriu os 27 acumuladores dos 27 motores e quatro acumuladores da antigravitação.
No andar seguinte uma porta comunicava com a sala de torpedos.
Outra escada e chegaram à ponte, ocupando as poltronas; piloto e co-piloto à frente; navegador e engenheiro aos lados; capitão no meio e um pouco atrás dos outros.
Marcos inspecionou os instrumentos e Elvis fez o mesmo no painel de controles. Mara e Aldo inspecionaram as dependências interiores, entrando no corredor pela porta da parede de popa. A primeira porta a estibordo era a cabine do capitão, com dois beliches, banheiro, guarda-roupas, biblioteca e escritório com terminal.
Em frente a sala de circuitos, computador e comunicações. A segunda porta de estibordo, o banheiro e sauna da tripulação. Enfrente, cozinha e padaria. As terceiras portas, dormitórios da tripulação com 24 beliches duplos, guarda-roupas e banheiro.
Mais seis portas de cada lado: enfermaria, laboratório, arsenal, oficina e dois camarotes extras com banheiro. A porta ao final do corredor comunicava com as adegas superior e inferior com capacidade para mil toneladas.

O corredor atravessa a adega superior e o tanque superior de combustível de 785.000 litros para chegar à engenharia e sala de torpedos de popa. Embaixo, após a adega inferior, o tanque inferior com capacidade para 392.000 litros. Embaixo dele estão os compartimentos das rodas posteriores com a sala inferior de máquinas no meio e os 24 poderosos motores VAL-1000 em versão melhorada.
Embaixo dos alojamentos, entre a sala de controle e as adegas, a despensa de 400 toneladas de alimentos e água, rodeando o compartimento das rodas dianteiras, com o depósito auxiliar de água, oxigênio, o circuito fechado de água, ar e detritos.
Na proa, embaixo da ponte, os quatro freios, os quatro tubos de torpedos e a retro-carga dos canhões.
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Terminada a inspeção, Aldo e Mara retornaram à ponte e ocuparam seus lugares, Aldo na cadeira do piloto e Mara na cadeira do navegador. Pelo pára-brisa polarizado penetra a luz do sol já bem alto. A engenharia estava configurada para controle remoto, pelo que Marcos estava na cadeira do engenheiro e Elvis na do copiloto.
A quinta cadeira, a do capitão, estava vazia.
–Abrir passagem de combustível – disse Aldo.
–Combustível aberto – respondeu Marcos.
–Ativar reator e ligar geradores.
–Ativado e geradores ligados.
–Carregar acumuladores.
–Acumuladores em carga. 27.000 unidades.
–Mais pressão. Ativar sistema.
–Sistema em carga – disse Elvis, introduzindo o disco de boot.
Diferente das astronaves do século passado; a Hércules e as naves da classe Antílope não necessitavam ser ativadas de fora. Eram auto-suficientes para reviver mecanicamente e eletronicamente por si mesmas. A nave estava nascendo, valha a expressão. Seu computador estava sendo ativado e o processo não pararia enquanto houvesse urânio no reator que funcionava por primeira vez. Embora o combustível terminasse e não pudesse voar, o reator continuaria funcionando para processar combustível quando o tivesse. Elvis disse:
–35.000 unidades. Reator e geradores a pleno. Acumuladores carregando do um ao 27. Acumuladores do antigravitator em carga do um ao quatro.
–Desligar baterias do sistema elétrico.
–Baterias desligadas – disse Mara.
A energia pareceu diminuir, mas logo voltou a aumentar a pleno com a energia nova sendo gerada. As baterias apenas iniciavam o processo.
–Todos os sistemas funcionando – disse Marcos.
–Ótimo – disse Aldo e girou a chave de contato.
Acenderam-se as 27 luzes vermelhas dos motores e as quatro dos freios.
–Podemos prosseguir – disse Marcos.
–Certo – disse Aldo apertando o botão de partida.
As luzes ficaram amarelas, a nave se estremeceu. Os motores vomitaram fogo azul e as luzes passaram para verde.
–Pressão 40.000 unidades – disse Marcos.
–Liberar rodas.
–Freio mecânico solto – disse Elvis – Ligando antigravitator.
O peso da nave diminuiu até quase zero, ao mesmo tempo em que rodava mais rápido à frente. As rodas mal tocavam o solo quando Aldo puxou o manche e a nave levantou o nariz. Aldo acelerou e a nave saiu disparada, elevando-se.
–Altura 500 metros – disse Elvis.

–Recolher as rodas. Velocidade Dois.
A base parecia apenas um detalhe do solo embaixo da Hércules, mostrando sua beleza equatorial. Numa bela manobra a nave tomou rumo sul, deixando uma esteira de fumaça no límpido céu.
–Geradores a pleno, sem sobrecarga. Reator ao mínimo.
–Antimatéria?
–Quatro antiprótons.
–Deve bastar. Reserva de energia?
–Cem mil unidades.
–Não é suficiente para entrar em órbita. Mais pressão, Marcos!
–Certo. Acumuladores em carga. Altura quinze mil. Velocidade dez Mach.
–Energia, Marcos.
–Duzentas mil unidades.
–Agora sim. Velocidade Três.
A aceleração se fez sentir, apertando-os contra as poltronas anatômicas.
–Vinte e cinco Mach – disse Elvis.
–Certo, lá vamos! – disse Aldo, ligando as chaves de vôo espacial.
A aceleração esmagou os corpos nas poltronas apesar do antigravitator. Ainda não possuíam a técnica da compensação inercial; mas em dez segundos as terríveis sensações desapareceram, chegando ao mundo da gravidade zero, onde estavam no seu elemento mais uma vez.
–Estamos em órbita – suspirou Mara – pressão normal. Podemos tirar os capacetes, não há goteiras.
–Tudo em ordem – disse Elvis – Tudo funciona perfeitamente.
–Conseguimos, irmãos – disse Aldo – Esta máquina é uma maravilha, colocou em órbita um 150% do seu peso em ferro. Agora vamos fazer um pouco de História.
–Como? – perguntou Mara.
–O primeiro vôo da Hércules; primeira nave em descer no recém concluído astroporto de Darnián; primeiro contato amistoso com uma comunidade da superfície e a primeira troca comercial. Vamos vender nosso ferro puro em Darnián.
–Não tinha mencionado nada, irmão.
–Não tinha certeza de fazer negócio, Mara. Eles construíram o primeiro astroporto da era moderna em Marte. E a Era Moderna somos nós, os ETs deles.
E dito isto, Aldo segurou os comandos e acelerou para fazer sua primeira volta de teste no espaço, antes de descer no astroporto novíssimo de Darnián.
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FIM DO CAPÍTULO VIII
(CONTINUA)
(CONTINUA)
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Parece interessante a história! Parabéns! Já estou seguindo o blog:) Se quiser conhecer o meu, será um prazer: www.deborasader.blogspot.com
ResponderExcluirAbraço e bom fim de semana!
Obrigado, Débora por acompanhar meu blog. Já visitei o seu e vou lhe acompanhar.
ExcluirEspero que esteja acompanhando a históra Mundos Paralelos desde o início.
Gostaria de sua opinião.