Porquê sou trekker

Só para trekkers

A Série Clássica lançada em 1966, foi um divisor de águas entre a “Velha” e a “Nova” Ficção Científica.

Assim como as histórias de robôs, nunca foram as mesmas após as Três Leis da Robótica de Isaac Assimov, (Eu Robô), As historias espaciais nunca foram as mesmas depois da Diretriz Primeira de Roddemberry.

Antes de Star Trek, os filmes e seriados de FC eram Negativistas. ETs em discos voadores, tentando invadir e dominar a Terra ou então futuros apocalípticos, com a tão temida Terceira Guerra Mundial, um mundo contaminado pela radiação, humanos mutantes deformados, etc.

Os filmes negativistas eram o padrão, para quem quisesse produzí-los. Os escritores não fugiram à regra, Ray Bradbury com “Virão Chuvas Suaves”, “Fahrenheit 451” e “O Holandês Voador”, Forrest Ackerman com “The Mute Question”, e inclusive Marion Zimmer Bradley, com “The Climbing Wave”.

Nem sequer Gene Roddemberry conseguiu fugir do tom geral, já que ele situa uma Terceira Guerra Mundial no ano de 2053. Mas ele deu uma chance à raça humana: ele nos deu em 5 de Abril 2063, Zefram Cochrane. A partir daí, temos um universo no qual todos gostaríamos de viver.


Em palavras de Edith Keeler em "City on the Edge of Forever ":

"...e os homens do futuro, que forem ao espaço em naves espaciais, serão capazes de encontrar um meio de esperança e de um futuro melhor... pois esses tempos... valerão a pena ser vividos."



Ainda são feitos filmes negativistas, e deprimentes, mas temos uma esperança. O Universo da Federação, é um lugar idílico, onde nos refugiamos, onde sonhamos com um futuro que desejamos, apesar de sabermos que não o veremos tão cedo.

Num século XX prenhe de guerras terríveis, e num século XXI inaugurado com uma guerra ainda mais insidiosa do que as anteriores, teremos muita tristeza pela frente, como disse um político visionário do século XX, ao fim da Segunda Guerra Mundial:


“Haverá guerras que se sucederão sem interrupção, mais reduzidas e isoladas geopoliticamente do que esta guerra, porque já ninguém se atreverá, tão irresponsavelmente, a provocar uma hecatombe semelhante à atual.”




Que bom se tivéssemos Orgânia!









“A honra no campo de batalha será definitivamente suplantada pela fria e sistemática decisão de matar e destruir a qualquer preço.”





Que bom se tivéssemos os klingons para nos ensinar o que é Honra no campo de batalha!







“Os homens se
matarão para possuir mais, para ter coisas em maior quantidade, inclusive as supérfluas e banais.”

Que bom se tivéssemos os vulcanos para nos mostrar o caminho do desprendimento, da paz e da lógica!



“Os governos naufragarão numa desesperada carreira para dar cada vez mais luxo a uma Humanidade corrompida pela apatia e, no final, terminarão não podendo dar nem de comer a uma população cada vez mais numerosa Haverá outra vez fome e desemprego".


Que bom se tivéssemos uma Federação de Planetas Unidos, que tivesse uma Primeira Diretriz!




“Porém, no final, venceremos, porque o bom e verdadeiro sempre triunfa sobre este mundo”.

Mas esse final, onde vencerão os bons, ainda está distante. Não surgirão tão cedo Phasers de tonteio para evitar matar sem necessidad e, nem sintetizadores para alimentar todos o milhões de famintos que gemem mundo afora.


Em outras palavras, se somos trekkers, é porque seguimos a filosofia de Edith Keeler. Queremos acreditar que esses tempos virão, e faremos tudo para que venha esse futuro mítico que veneramos, que sabemos que é fantasia, mas bem que pode vir um dia a acontecer.


Como já foi dito:

–Quem sabe se o Zefram Cochrane, já não está para nascer nos próximos decênios?

*******

Se sobrevivermos a 2012

Comentários

  1. Qual personagem fala aquelas verdades visionárias, no teu texto (muito bom, por sinal)? Parecem falas de Bradbury, ou Vonnegut.

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  2. Ora, El Chak Al Haddin; foi um político visionário do século XX, ao fim da Segunda Guerra Mundial.
    Leia Mundos Paralelos volume um e saberá.

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