Mundos Paralelos - Capítulo 8-8.7

8-8.7
30 de setembro de 2013.

Aldo e Fuchida estão em reunião no alojamento do primeiro.

–Minha nave está enferrujando, capitão – disse o japonês.

–Não por muito tempo, capitão. Tenho uma missão vital para você: Ceres, o maior asteróide conhecido. Estamos numa órbita bem próxima.

–Deseja que eu parta para os asteróides?

–Sim. Estabelecendo um Ponto de Apoio em Ceres, com os elementos que temos aqui, haverá uma segunda opção para atingir Júpiter, além do plano original, que era partir daqui. Está quase a meio caminho.

–Quando parto?


–Em poucos dias. Mas não irá sozinho. Comandará uma frota. Ao chegar deverá procurar urânio ou titânio, também deverá procurar o mineral para a fabricação do supervitro, e outros, hidrogênio e oxigênio, se o houver. Tudo o que for necessário para construir uma base igual à que temos aqui. Quando encontrar o que precisamos, a decisão será sua, capitão Fuchida; deverá escolher descarregar as naves e delimitar um acampamento, ou abandonar aí mesmo a carga e retornar a Marte, antes que Ceres se afaste mais na sua órbita. Nesse último caso, deveremos repetir a brincadeira só daqui a três anos, quando as condições astronômicas serão novamente favoráveis.

–De quanto tempo disponho?

–Para ir, vinte dias; para pesquisar e montar o jardim hidropônico, um mês; para voltar, outro mês. Para carregar mantimentos, material e retornar, dois meses, com um mês de tolerância, após o qual, não poderá voltar senão daqui a três anos.

–É arriscado ficar três anos sem mantimentos.

–Sim. A decisão é sua.

–Essa margem de segurança será adequada, capitão.

–Qualquer problema técnico pode ser fatal para vocês, e eu não estou certo de dispor de todas minhas naves para resgate.

–Entendi. Deverei decidir em um mês; entre estabelecer-me ou voltar.

–Isso aí. Se você consegue se estabelecer em Ceres; ao encontrarmos de novo, eu já terei chegado a Júpiter.

–Será ótimo.

–O planetinha mede em torno de 800 kms de diâmetro, pouco maior do que Dheimos. Um homem de 80 kg, em Ceres pesará 700 gramas. Coloque gravitação artificial na base. Desdobre painéis solares e colete energia solar. Pode parar a rotação dele para que sempre seja dia de um lado, se quiser. A zona está repleta de asteróides e duvido que não haja minério esperando por você.

–Haverá espaço para vários acampamentos como este, inclusive subterrâneos, aproveitando as galerias de mineração – disse pensativo o japonês – Ceres poderia ser nosso mundo alternativo onde poderíamos ficar para sempre, um local estratégico fora do alcance do inimigo para concentrar armamentos e naves para lutar a guerra final.

–Sim, mas é pequeno demais – observou Aldo.

–Mas não teríamos os problemas que poderíamos ter aqui com os nativos...

–Por favor, capitão, nem me lembre disso...!

–Estou certo que nada vive em Ceres, capitão...

–Capitão Fuchida, se você encontrar nem que seja apenas uma pequenina e maldita baratinha ceresana, esterilize o planeta, queime-o com laser ou com bombas nucleares. Não deixe nem a mais mínima forma de vida nele. Depois colonize.

*******.

Comentários

  1. Olá! Parabéns pelo blog! Sou fã de ficção científica e já estou seguindo para poder acompanhar as novidades. Se quiser conhecer o meu blog, será um prazer: www.deborasader.blogspot.com .

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  2. Obrigado, Débora pelo comentário. Sim, quero conhecer seu blog.

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