Mundos Paralelos - Capítulo 8-8.1
8-8.1
CAPÍTULO VIII
3 de agosto de 2013 - 107 dias em Marte.
–Encontramos a entrada de Angopak!
A voz de Aldo ouviu-se na Antílope; estacionada perto da entrada da caverna do Vallis Marineris, nas antípodas da base terrestre.
–O quê vocês vão fazer? – Regina, na ponte de comando, estava emocionada.
–Vamos entrar. Qualquer coisa que aconteça, digita a ordem de partida no sistema. A nave voltará automaticamente ao acampamento.
–Certo. E qual é a palavra que devo digitar?
–Stutzepunkt – respondeu Inge.
–"Ponto de Apoio", em alemão? Apropriado!
–Claro; Regina – respondeu Inge.
–Foi tua idéia, presumo.
–Foi idéia minha – interveio Aldo.
–Havendo tantas datas de aniversario...!
–Não resmungues, querida – disse Aldo, pegando Inge pelo braço.
Entraram num largo corredor iluminado com luz fraca até uma terceira porta que atravessaram e se encontraram um mundo com iluminação artificial no teto a três mil metros acima que não se enxergava através das nuvens.
Pararam numa plataforma de pedra que servia de descanso a uma rampa e embaixo viram agrupações de casas de pedra com telhado do que parecia palha.
Aos lados não se enxergava o fim da colméia de paredes de pedra com janelas iluminadas. Havia cultivos caprichosamente alinhados e currais de animais como yaks do Himalaia, uns ruminantes grandes como elefantes cobertos de pêlo grosso e grandes chifres.
Inge verificou seu computador de mão:
–Pressão do altiplano da Bolívia ou pé do Everest. 21 graus positivos.
–Poderíamos viver aqui sem trajes. Veja! O comitê de recepção.
Subindo pela rampa vinham dois nativos, vestidos de forma diferente à dos marcianos da superfície: camisa amarelada sem mangas, calça grossa marrom, botas pretas trabalhadas até metade da coxa e cinturões pretos. Sua pele era mais clara que a dos nativos de superfície. Os nativos pararam a pouca distância.
Aldo levou a mão à pistola.
–Ut na wer! – (Não atire!) – disse um dos nativos.
–A na wer – (Não atirarei) – respondeu Aldo.
–Ut das a spoka! – (Você nos entende!).
–Das. A ur spoka.
–A deno is Zul – (Meu nome é Zul) – disse o primeiro.
–A deno is Gam – disse o segundo.
–A deno is Aldo.
–A deno is Inge.
–Uts is gops or a gop Boris? – perguntou Zul.
–Das. Boris is an gop. – Respondeu Aldo, fechando seu coldre.
Aldo e sua companheira cumprimentaram os nativos à maneira local:
–Haal, Zul at Gam!
–Haal, Aldo at Inge! – Respondeu Zul.
Desceram conversando animadamente. Souberam que Boris e seu grupo encontraram caçadores no vale exterior ao descerem a pé por indicação dos guias.
Confraternizaram, entenderam-se e foram convidados a descerem à comunidade.

–Pensei que isto seria maior – disse Inge.
–Isto deve ser um conglomerado de galerias interligadas – observou Aldo.
–Quer dizer que deste lado do Canyon pode haver milhares de pessoas?
–Sem dúvida.
No fim da rampa, encontraram Boris monitorando sua conversa e mais alguns camaradas. Estavam vestidos com roupa leve e máscaras de oxigênio.
–Fizeram boa viagem? – perguntou Boris á maneira de anfitrião.
–Regina está à bordo da Antílope, lá fora – disse Aldo.
–Báez! Busque-a – ordenou Boris – Grubber! Vá com ele e fique na nave.
–Boris, esta gente respira uma atmosfera parecida com a nossa...
–São marcianos originais, mas se aclimatam lá fora.
–Marcianos originais... – Aldo estava abismado.
–Estão aqui sem geadas, tormentas nem enchentes. Até poderíamos tirar as máscaras, mas a pressão é fraca. Temos que nos aclimatar uma hora em oxigênio puro antes; nosso sangue tem mais nitrogênio do que o deles. Podem viver no exterior, lá fora se aclimatam em minutos para caçar e recolher frutas. Há milhares de anos que vivem aqui, estão adiantados cientificamente para o essencial. São artesãos, como os de cima e possuem máquinas com alta tecnologia, inclusive voadoras.
–Têm registros da sua história?
–Para isso você tem que conhecer Sinh-Praa, um simpático velhinho que mais ou menos governa. Um cientista, mago, alquimista... Como o Dr. Valerión.
–Certo, estou curioso. Ficaremos um tempo. Quanto faz que vocês estão aqui?
–Quase uma semana.
–Isso é bom – disse Aldo – precisamos fazer amigos.
Báez e Regina desceram. Apesar do traje, deram um jeito de se abraçarem.
A voz de Aldo ouviu-se na Antílope; estacionada perto da entrada da caverna do Vallis Marineris, nas antípodas da base terrestre.
–O quê vocês vão fazer? – Regina, na ponte de comando, estava emocionada.
–Vamos entrar. Qualquer coisa que aconteça, digita a ordem de partida no sistema. A nave voltará automaticamente ao acampamento.
–Certo. E qual é a palavra que devo digitar?
–Stutzepunkt – respondeu Inge.
–"Ponto de Apoio", em alemão? Apropriado!
–Claro; Regina – respondeu Inge.
–Foi tua idéia, presumo.
–Foi idéia minha – interveio Aldo.
–Havendo tantas datas de aniversario...!
–Não resmungues, querida – disse Aldo, pegando Inge pelo braço.
Entraram num largo corredor iluminado com luz fraca até uma terceira porta que atravessaram e se encontraram um mundo com iluminação artificial no teto a três mil metros acima que não se enxergava através das nuvens.
Pararam numa plataforma de pedra que servia de descanso a uma rampa e embaixo viram agrupações de casas de pedra com telhado do que parecia palha.
Aos lados não se enxergava o fim da colméia de paredes de pedra com janelas iluminadas. Havia cultivos caprichosamente alinhados e currais de animais como yaks do Himalaia, uns ruminantes grandes como elefantes cobertos de pêlo grosso e grandes chifres.

Inge verificou seu computador de mão:
–Pressão do altiplano da Bolívia ou pé do Everest. 21 graus positivos.
–Poderíamos viver aqui sem trajes. Veja! O comitê de recepção.
Subindo pela rampa vinham dois nativos, vestidos de forma diferente à dos marcianos da superfície: camisa amarelada sem mangas, calça grossa marrom, botas pretas trabalhadas até metade da coxa e cinturões pretos. Sua pele era mais clara que a dos nativos de superfície. Os nativos pararam a pouca distância.
Aldo levou a mão à pistola.
–Ut na wer! – (Não atire!) – disse um dos nativos.
–A na wer – (Não atirarei) – respondeu Aldo.
–Ut das a spoka! – (Você nos entende!).
–Das. A ur spoka.
–A deno is Zul – (Meu nome é Zul) – disse o primeiro.
–A deno is Gam – disse o segundo.
–A deno is Aldo.
–A deno is Inge.
–Uts is gops or a gop Boris? – perguntou Zul.
–Das. Boris is an gop. – Respondeu Aldo, fechando seu coldre.
Aldo e sua companheira cumprimentaram os nativos à maneira local:
–Haal, Zul at Gam!
–Haal, Aldo at Inge! – Respondeu Zul.
Desceram conversando animadamente. Souberam que Boris e seu grupo encontraram caçadores no vale exterior ao descerem a pé por indicação dos guias.
Confraternizaram, entenderam-se e foram convidados a descerem à comunidade.

–Pensei que isto seria maior – disse Inge.
–Isto deve ser um conglomerado de galerias interligadas – observou Aldo.
–Quer dizer que deste lado do Canyon pode haver milhares de pessoas?
–Sem dúvida.
No fim da rampa, encontraram Boris monitorando sua conversa e mais alguns camaradas. Estavam vestidos com roupa leve e máscaras de oxigênio.
–Fizeram boa viagem? – perguntou Boris á maneira de anfitrião.
–Regina está à bordo da Antílope, lá fora – disse Aldo.
–Báez! Busque-a – ordenou Boris – Grubber! Vá com ele e fique na nave.
–Boris, esta gente respira uma atmosfera parecida com a nossa...
–São marcianos originais, mas se aclimatam lá fora.
–Marcianos originais... – Aldo estava abismado.
–Estão aqui sem geadas, tormentas nem enchentes. Até poderíamos tirar as máscaras, mas a pressão é fraca. Temos que nos aclimatar uma hora em oxigênio puro antes; nosso sangue tem mais nitrogênio do que o deles. Podem viver no exterior, lá fora se aclimatam em minutos para caçar e recolher frutas. Há milhares de anos que vivem aqui, estão adiantados cientificamente para o essencial. São artesãos, como os de cima e possuem máquinas com alta tecnologia, inclusive voadoras.
–Têm registros da sua história?
–Para isso você tem que conhecer Sinh-Praa, um simpático velhinho que mais ou menos governa. Um cientista, mago, alquimista... Como o Dr. Valerión.
–Certo, estou curioso. Ficaremos um tempo. Quanto faz que vocês estão aqui?
–Quase uma semana.
–Isso é bom – disse Aldo – precisamos fazer amigos.
Báez e Regina desceram. Apesar do traje, deram um jeito de se abraçarem.
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