Mundos Paralelos - Capítulo I - 1.26 - Fim do episódio.

1.26
Rumo ao desconhecido.
Na nave Antílope havia inovações que eram fantasia nos primeiros tempos da navegação espacial.
A gravitação artificial restituía o peso dos tripulantes em 50 por cento, suficiente para tomar banho de chuveiro sem que a água saísse flutuando, e se desliga quando não necessária para economizar energia; ao igual que as luzes dos corredores e camarotes, programadas para desligar-se de doze em doze horas.
A água, concentrada num líquido parecido com o mel; mantido estável no frio por meio de um velho procedimento russo do século passado; aproveita-se uma e outra vez, se necessário, num ciclo fechado. Este procedimento chamava-se Poliágua.
No espaço, o problema do transporte de água é o volume. Sendo uma molécula fortemente polarizada, possui a capacidade de associar-se, formando grupos de moléculas de H2O. No estado líquido, predominam grupos de quatro, cinco, ou seis moléculas (H2O); associadas por um tipo de ligação chamado Ponte de Hidrogênio.
No século XX, os russos produziram a Poliágua, resultante da aglutinação de um monte de moléculas de água pelas pontes de hidrogênio, vaporizando a água para transformá-la em (H2O) e fazendo com que moléculas solitárias passem sob pressão, num tubo capilar. Com isto elas se organizam e então são resfriadas para facilitar sua associação. Na saída tinham a Poliágua, uma água viscosa como óleo, que ocupa 20% do volume normal.
Para sua utilização, basta aquecer um pouco de Poliágua, que as pontes de hidrogênio se rompem; ela aumenta de volume cinco vezes e volta como a água comum, pronta para ser bebida.
Põe-se 1/5 de copo com Poliágua, aquece-se e o copo fica cheio. Isso resolve o problema do volume para o transporte de água nos vôos espaciais, mas não resolve o problema da massa. O procedimento, recentemente aperfeiçoado pelo Dr. Valerión; concentra a Poliágua outra vez em cápsulas, que ocupam um espaço vinte vezes menor, embora o peso seja o mesmo. Em caso de necessidade, se a água tivesse de ser fracionada para obter oxigênio, um estoque reduzido pode ser reaproveitado em ciclo fechado, transformando a urina dos astronautas em água, destilando a urina em água e sais minerais. A água pode ser bebida e os sais precisam outro tratamento para que alguns possam ser ingeridos e os outros postos fora.
Um procedimento parecido comprime o oxigênio puro, para ser estocado até ser necessário na reciclagem do ar. Além do mais, embaixo da área de estar; além do depósito de comestíveis; há um jardim hidropônico para variar a alimentação, e outro maior, desmontado no container, para ser montado em Marte, junto com uma central de produção de fermento, que devidamente preparado, colorido e adicionado com sabores artificiais, pode imitar qualquer tipo de comida da Terra.
A Antílope, em viagem ao quarto planeta, carrega toda essa tecnologia, desenvolvida pelos homens livres de Antártida, que lhes permitirá sobreviver sem suprimentos de espécie alguma por um período de dois anos, se não receberem suprimentos, ou se a Lua ou a Antártida entrarem em colapso.
*******.

FIM DO CAPÍTULO PRIMEIRO

Continua...???
Depende dos meus seguidores.
Há mais quatro volumes completos inêditos,
num total de 36 capítulos até agora.


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Mundos Paralelos ® – Textos: Gabriel Solis - Arte: André Lima.

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