Mundos Paralelos - Capítulo 4 - 4.3

4 - 4.3.

Após sepultar de novo o cadáver, empregaram o resto da manhã em adaptar os veículos. Colocaram flutuadores e um cabo para descer o barranco até a água. Para descer, pensaram explodir o barranco e formar uma rampa. O conhecedor o impediu:

–Não é preciso explodir nada. Há uma passagem ao sul. Além do mais, do outro lado, há muito barro. A não ser aquela rocha grande que marca o inicio da parte alta, o resto do terreno é mole embaixo, próximo da água.

–Podemos voltar ao mesmo ponto depois, Borg? – perguntou Lon.


–É só marcar o local em que estamos.

–Os visitantes devem ter deixado rastos do outro lado – disse Nig, dando uma
olhada demorada na rocha do outro lado. Daqui se vê um brilho na folhagem, Lon.

–Um veículo! – exclamou Borg – Eles estão aí!


–Não estão. – replicou Lon – Está abandonado. Viram que não poderiam atravessar com ele e o deixaram.

–Façanha notável! – disse Borg – Estou inclinado a admirá-los por isso.


–E o que fizeram? – quis saber Dorn.


–Acha pouco? – respondeu Borg – Numa floresta para eles desconhecida,
hostil e cheia de feras, abandonaram seu veículo, que sem dúvida era sua segurança, atravessaram o canal numa embarcação que deve ser a mesma que vimos no lago, construíram um trenó para rebocar o equipamento a pé e ainda empreenderam uma caminhada através da floresta, o areal e o lago. É muita coragem!

–Que seja, mas eu recuso-me a abandonar a segurança do meu confortável
veículo – disse Nig – atravessaremos o canal pela passagem. Vamos!

Rodaram 150 estádios pela margem esquerda até uma clareira com evidentes
indícios de anteriores passagens e restos de velhos acampamentos.
A rocha sólida do barranco tinha sido explodida e talhada muito tempo atrás por pioneiros. Havia uma cabana de madeira, ainda em bom estado, onde muitos já sem dúvida tinham dormido.

–Aqui podemos atravessar. Do outro lado há rocha sólida – disse Borg.

Os veículos meteram-se na água, primeiro Lon, depois Borg, unidos pelo cabo,
já que o veículo de Borg, não tinha propulsão própria para locomover-se na água. Do outro lado subiram pela rocha até a parte alta e plana, dirigindo-se ao norte, voltando ao local de passagem dos visitantes. A marcha estava difícil pela mata fechada da margem direita. Começava a região pantanosa que reduzia a velocidade, embora as lagartas fossem eficientes nesse terreno. Logo avistaram a rocha seca. Completamente embarrados, os veículos saíram do pântano e rodaram em terreno seco. Continuaram pela mata e faltando pouco para o pôr do sol, decidiram parar para esticar as pernas.

Ao desligar os motores, fez-se o silêncio. Xon e Garl adiantaram-se um pouco para
verificar o terreno, quando ouviram um ruído de motor à sua frente. Em seguida, correram e conseguiram ver o veículo dos visitantes empreendendo sua marcha para Poente. Ao tomar conhecimento, Lon Vurián traçou mais uma linha no mapa:

–Temos que avançar para o Poente. Em marcha!
*******.


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