Mundos Paralelos - Capítulo 2 - 2.9

(2.9)
O desembarque.
Pouco depois, os homens estavam equipados.
As garotas monitoravam desde a ponte e eles entraram na eclusa.
A temperatura prevista era de 15 graus ao meio-dia, mas os trajes possuíam sistema térmico automático.
Além do suprimento de oxigênio, os filtros de ar marciano das mochilas aumentariam a mobilidade.

Portavam pistolas
de 9mm e fuzis 7,62 antigos; armas eficientes com balas explosivas que segundo Lúcio podiam ser mais eficientes que os lasers portáteis ao enfrentar o desconhecido.

Aldo abriu a porta e apertou o botão que desdobrava a escada e desceu, colocando o
pé direito no solo. Afastou-se alguns metros, e disse:

–Tudo bem, desçam. Marcos, fique na eclusa, de olhos abertos.


–Lá vamos nós – disse Boris, começando a descida.

–Me pergunto o quê deveria dizer num momento como este – disse Aldo.

–Não digas nada, querido – respondeu Regina.

–Pois é, Regina, nada se me ocorre.

–Vazio mental?

–Debochada!

–Realista, querido, não esqueças que sou psicóloga...!

–De qualquer maneira o momento histórico passou e embora sei que minha voz está sendo gravada, não me importa.

–Claro que te importa, querido, será transmitida pela âncora Lívia Fernandes no Jornal da Noite da RTVV. Isso será a glória para ti, Aldo.

–A glória é tão efêmera como a vida humana, que é muito pequena perante a grandiosidade do Universo.

–Quê profundo Aldo! Escreveste na luva espacial ou te ocorreu agora?

–Lembra-me de te enforcar, assim que voltar a bordo, Regina.

–Pode deixar.

Poderia ser um grandioso instante para a glória da Raça Humana, se esta não estivesse acorrentada pela opressão. Para nós é um ato desesperado de sobrevivência.

–Amém! – disseram a coro as garotas na ponte da Antílope.

–Venham camaradas, vamos tomar posse deste planeta, deste Ponto de Apoio onde nos faremos fortes para um dia dar o troco aos inimigos da Raça Humana.

Boris desceu, seguido por Lúcio, que disse:

Ponto de Apoio, belo nome para nosso acampamento.

–Apoiado! – disse Boris indo a verificar o trem de pouso.

–Nome mais do que adequado – disse Nico indo a recolher amostras do solo.
A 50 metros da nave, Aldo e Lúcio perfuraram um poço para fixar o mastro da bandeira e a placa.
Após enterrar o mastro de quatro metros; procederam a içar a bandeira branca com a cruz céltica preta da Antártica, que saudaram em posição de sentido.
*******.
Fim do Capítulo 2.
(próximo capítulo em 8 de outubro).


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