Mundos Paralelos - Capítulo 9-9.9

9-9.9



Com o barulho do chuveiro Aldo não ouviu a eclusa.
Quando saiu do banheiro e foi para o quarto enrolado na toalha, deparou-se com uma surpresa vestida de kimono vermelho estampado de flores brancas e amarelas:


–Chiyoko! O quê faz aqui?

–Fui obrigada a vir, meu senhor.

–Obrigada? Por quê motivo?

–Não resisto o fogo que me queima. Que os deuses me perdoem!

–Garota...! Quê loucura! – Aldo sentiu sua cabeça girar, quando ela disse:

–Quero ser sua, antes de ser de ninguém mais.

Ele sentiu; mais que viu; o desejo nos olhos dela. Aspirou o perfume oriental há muito esquecido, entendeu seus motivos e disse as palavras; sem pensar que era um instante critico do universo, uma variável imprevista, onde entrava vertiginosamente num universo provável, num Mundo Paralelo, apenas com dizer:

–Se assim o queres...

O kimono de seda deslizou ao chão.

–Quero, sim, meu senhor.

Ele perdeu o controle. Um fogo líquido correu-lhe nas veias, inundando seu membro viril. A ereção quase fez a toalha cair. A jovem oriental era muito bonita e ele desejava-a desde que a conheceu; embora sem admiti-lo. Agora ela estava nua no seu quarto, entregando-se com o corpo em fogo, louca de desejo.

O homem despencou em plena queda num redemoinho, num vórtice, num turbilhão dos Mundos Paralelos, e disse, simplesmente, para se perder de vez:

–Quero teu corpo, garota.

–Sim, meu senhor, embora seja apenas por esta noite.

Ele sabia que estava se perdendo e não respondeu.

A toalha caiu e a beijou nos lábios.

Abraçou o corpo adolescente, suave como cereja madura, abandonou o universo e entrou em outras variáveis, novas probabilidades, situações, eventos que não deviam existir, mas viriam a existir a partir desse instante; engendrados por esta união imprevista...

Onde estavam os deuses,
nesse fatídico instante
em que a História
foi totalmente mudada?


*******.

Mundos Paralelos ® – Textos: Gabriel Solis - Arte: André Lima.

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