Mundos Paralelos - Capítulo 3 - 3.18

3.18
18 de maio, pela manhã.

Inge, de plantão; sonolenta no rádio. De repente escuta-se a voz esperada:
–Atenção, Ponto de Apoio, Antares, solicita permissão para pousar.
–Seja bem-vinda Antares, que alegria! Entraram em órbita agora?

–Não. Deixamos o container na órbita e estamos chegando do noroeste.
–A que altura está? Não consigo pegá-lo com o radar.

–Temos a camuflagem ligada, estamos a mil metros de altura.

–Desçam para 500 metros. Qual a sua distância?

–Cinqüenta kms do Ponto de Apoio. Em um minuto estaremos sobre vocês.

–Muito bem. A pista está orientada de leste a oeste.

–Obrigado.

Inge foi ao armário e equipou-se para sair; não sem antes acordar os outros.

*******.
A nave começou a descer quando o capitão Elvis avistou o acampamento.
A
Antares baixou as rodas e tocou a pista endurecida pela tecnologia antártica. Os freios dianteiros diminuíram a marcha antes do final da pista. Em segundos a segunda nave antártica em Marte detinha-se com os motores ainda fumegantes. Antes do pó se assentar, os motores foram desligados. Nico e as mulheres aproximaram-se a pé.

Ao
chegar, a eclusa estava sendo aberta e a escadinha desdobrada. Elvis desceu com seus nove tripulantes. Além de Elvis e Linda, vinham também Leif Stefansson e Mara Santos, o médico Eric Wilkins e Lina Antúnez; e mais quatro cientistas.
Abraçaram-se com dificuldade devido à roupa espacial. Depois, os recém chegados, foram conduzidos ao alojamento, onde tiraram os capacetes e tudo foi uma confusão de beijos, abraços e admiração pelo já conseguido.
*******.
Horas depois da chegada, enquanto os tripulantes descarregavam a nave e construíam seus próprios alojamentos, Inge e Elvis conversavam no terminal.
–Já viu os diálogos gravados, as imagens... Com isso terá uma idéia do avanço
por terra conseguido por nossos homens.
–A que hora será a próxima comunicação?
–Sempre à noite, quando já estão acampados e nós já estamos no alojamento.

–Assim que a nave estiver descarregada, podemos buscá-los, se quiserem.

–A idéia é não aparecer demais para os marcianos.

–Sabendo a localização dos nativos, resolvi descer em sentido contrário ao que
vocês desceram. Minha nave não deve ter sido vista do solo.
–Viram algo interessante desse lado?
–Não temos certeza, deverei ver as imagens que ainda devem ser processadas,
mas detectamos algo que parece ser umas construções abandonadas... Estou sendo ridículo?... Vocês certamente estão mais bem informados do que eu...
–Não, Elvis. Realmente há construções abandonadas lá, mas o tempo é curto,
somos poucos e não queremos movimentar-nos por ar se não for imprescindível. Por isso deixamos trabalho para os desbravadores que virão depois.
–Devia imaginá-lo; mas a coisa vai mudar. Há duas naves a caminho.

*******.
Entretanto, no espaço imediato; a Antarte e a Polaris aproximavam-se velozes; uma detrás da outra; com vários milhares de kms entre elas. Os capitães; Andrés e Luis, respectivamente, comunicavam-se pela tela.
–Há dias que não contatamos Marte nem a Terra – comentou o primeiro.

–Recebi uma mensagem em código do Dr. Valerión direto da INDEVAL para
entregar ao capitão Aldo. E não recebemos nada de Marte, só uma ordem da engenheira Ingeborg para aterrissar de leste a oeste a 72 km ao norte do equador, justo na linha que agora vem a ser chamada de meio-dia marciano. –O Ponto de Apoio agora forma parte da geografia marciana.
–Estamos fazendo história, Andrés. Algo grave deve estar acontecendo por lá,
incluíram no meu equipamento um blindado Cascavel 6-R Modelo 2013.
–Sabemos que encontraram nativos e talvez tenhamos ação... Ah... Daniel
informa que vamos entrar em órbita num minuto, Luis! Andrés desliga.

*******.

Mundos Paralelos ® – Textos: Gabriel Solis - Arte: André Lima.

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